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Realidade ou Ilusão

Os sábios orientais ensinam uma série de conceitos e condutas para aquele que deseja conhecer a realidade. Atitudes éticas, práticas contemplativas, meditação, desapego, busca por conhecimento, que levam à Iluminação. O Yoga me abriu as portas para esses conceitos, sobre os quais, com minha visão ocidental, estou apenas engatinhando (“tateando” talvez expresse mais corretamente). Entretanto, o pouco que estudo e entendo já é capaz de me fazer refletir sobre o que de fato é real — e, portanto, me direciona para o caminho da felicidade —, e o que é ilusório, que me empurra para o sofrimento.

Quando me sinto confusa e minhas ações estão desorganizadas, essa forma de pensar me ajuda a encontrar o prumo novamente. Sendo mais específica, passo a me perguntar: o que faço ou quero fazer me conduz para ser uma pessoa melhor ou o contrário? Me conduz para uma satisfação duradoura ou fugaz? Me conduz para a simples satisfação da vaidade ou me aproxima do meu propósito? E chegamos nele, o propósito! Não o propósito sinônimo de objetivo, rápido, material, transitório, mas aquele mais profundo, aquele que qualifica nossa existência e cuja experiência e, eventualmente, os resultados, vamos levar conosco por toda a vida e — para aqueles que acreditam, como eu — para a eternidade.

Esse período de pandemia, interminável para alguns, mais ou menos doloroso para todos, criou uma condição propícia para essa investigação interior sobre o que se está fazendo e o que se deseja fazer. Impedidos, muitos de nós, de viver e agir do lado de fora, nos resta exclusivamente a rota de olhar para dentro. Calar as sugestões ilusórias do mundo baseadas na conquista da imagem perfeita, da performance perfeita, da posse perfeita e ouvir a demanda interna por autenticidade, satisfação e senso de propósito. E como distinguir umas das outras? É fácil, as primeiras só existem se todos souberem. Sobre as segundas, ninguém, além de si mesmo, precisa ter ciência delas.

Construir um espaço interior rico de valores positivos é a chave para se sentir bem, mesmo em meio a adversidades, é manter a calma em meio ao ritmo caótico da vida. É sentir-se seguro diante das ameaças que ideias e pessoas opositoras possam provocar, é reconhecer o próprio valor e ser capaz de amar a si mesmo, não por narcisismo, mas por saber o esforço que faz no caminho da própria evolução. É o indivíduo só consigo mesmo, apreciando a própria companhia. É a existência leve e alegre que todos desejamos, firmemente calcada sobre a realidade e não sobre a ilusão.






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