O velho clichê que tudo acontece quando tem que acontecer parece que pode ser repetido aqui. Há muito tempo desejo publicar meu trabalho. Incentivada por familiares e amigos, vivenciei as dificuldades comuns a todos os autores iniciantes, a dificuldade de encontrar quem o publique. Não só publique, mas distribua o livro, oriente com ações de divulgação, venda o seu trabalho. Bati em muitas portas, como é de praxe na atividade, e quem escreve e quer publicar sabe do que eu estou falando. Por fim, desisti, algo emburrada com a vida, afinal meu projeto naufragou antes mesmo de deixar o porto. Passaram-se vários anos e me envolvi com várias atividades, mas aquela vontade de escrever que eu achava que tinha enterrado, estava mais viva do que nunca. Foi quando ofereci ao meu filho, que estava sem nada para ler no início das férias, o manuscrito de O Plano. Ele gostou e recomendou - "mãe, publica o livro, meus amigos querem ler!" Minha resposta imediata foi a desculpa de sempre, era muito difícil autor novo conseguir publicar. Meu marido, vendo a cena, rebateu, "difícil, mas possível, vamos tentar a publicação, tem a internet para divulgar, eu ajudo. Prepara o original". Foi ele que sugeriu submeter à avaliação da Editora Penalux. Enviei o arquivo em janeiro e no final de maio o livro já estava à venda na loja da editora.
Revendo minha trajetória, acho que aconteceu na hora certa. Entendi que publicar é se expor numa vitrine, se expor a diferentes opiniões, sem se encantar com os elogios, sucumbir às críticas, ou se abalar com a indiferença. A mim cabe apenas o melhor esforço. A maturidade me trouxe essa visão. Acredito na força das histórias para entreter, emocionar e refletir. Abrir um livro já me dá aquela antecipação de prazer diante do que as páginas irão revelar. Gosto de sentir o cheiro da tinta, sentir a textura das páginas, apreciar a fonte das letras e, por fim, deixando as sensações de lado, mergulhar de cabeça na vida dos personagens. Espero que O Plano possa trazer semelhante experiência para você.

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